As baixas temperaturas previstas para o Sul do país neste inverno podem contribuir para a disseminação do vírus da gripe aviária no Brasil. É o que afirmou o pesquisador Luiz Caron, da Embrapa Aves e Suínos, em entrevista à jornalista Luiza Cardoso, do portal de notícias Climatempo.
“O frio ajuda na disseminação porque aumenta a viabilidade do vírus no meio ambiente”, afirma o pesquisador. “Nos EUA e Canadá os surtos iniciam em outubro e tem o seu pico nos meses de janeiro, fevereiro e março, que é a época de inverno lá. Após há um declinio até setembro, que é o mês com menor incidência de casos”, salienta.
O que já foi comprovado é que as temperaturas abaixo de 10 graus aumenta bastante a viabilidade do vírus no meio ambiente. “Mas como no Brasil temos poucos lugares com temperaturas abaixo de 10 graus, podemos ficar um pouco mais tranquilos”, afirma. Outro ponto importante a nosso favor, segundo Luiz Caron, é o sol. “Temos luz solar com abundância no Brasil, e os raios ultravioletas contribuem para a eliminação do vírus”, diz.
Desde o dia 22 de maio de 2023, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou no Diário Oficial da União a portaria nº 587, que declara estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional, por 180 dias. O motivo foi a detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária H5N1 de alta patogenicidade (IAAP) em aves silvestres no Brasil. Depois disso, a preocupação se tornou um sinal amarelo para a população.
A INFLUENZA AVIÁRIA
A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é considerada uma doença de alto risco para aves quando causada por subtipos de vírus altamente patogênicos. Nestes casos, caracteriza-se como uma doença grave, de notificação obrigatória aos órgãos oficiais nacionais e internacionais de controle de saúde animal, acarretando em barreira sanitária para a comercialização de produtos avícolas no mercado interno e externo e em enorme prejuízo econômico para a avicultura comercial.
Até o momento, apenas os vírus com as hemaglutininas identificadas como H5 e H7 têm sido altamente patogênicos a galinhas e a algumas outras espécies de aves domésticas e aquáticas.
Caso você encontre aves mortas ou apresentando dificuldades nervosas, motoras, ou respiratórias, procure manter distância segura, não mexa nos animais e chame o Serviço Veterinário Oficial local.
Fonte: Rural News